O Diálogo e o Conflito

   À partir do movimento da Escola Nova, o diálogo que é tão antigo quanto a educação, começa a ter maior importância como ideia central da pedagogia. Os escolanovistas muito contribuíram para a difusão das teorias dialógicas, o desenvolvimento da escola pública e as ciências da educação.  A psicologia e a sociologia trouxeram uma nova compreensão da criança , que deixa de ser vista como a miniatura de um adulto, e da relação entre educação e sociedade, que trouxe a ideia da formação do homem para o exercício da democracia.

  Algumas contradições práticas evidenciam essa tensão entre diálogo e conflito, entre unidade e oposição, tão próprias do cotidiano escolar:

a) Disciplina e liberdade

Todos nós, professores, sempre tivemos, problemas de disciplina. Eles fazem parte da nossa prática do ensino e aprendemos com eles. Não há como evitá-los , é preciso tirar ensinamentos deles.

b) Tolerância e intolerância

Como professores não podemos escapar a certos rótulos. Os alunos nos julgam ora intransigentes, ora tolerantes. Alguns professores se comprazem em serem chamados de tolerantes, os" bonzinhos" e outros se comprazem em serem "exigentes".

c) Saber e consciência

Temos com frequência dicotomizado saber e consciência, competência técnica e compromisso político. Não faltam também aqui os rótulos: "professor-policial", "professor -povo", etc.
  "O educador é aquele que não fica indiferente , neutro, diante da realidade. Procura intervir e aprender com a realidade em processo. O conflito, por isso, está na base da pedagogia." (Gadotti)
  A educação também é utopia, pois é ao mesmo tempo promessa e projeto. A educação não deixa de ser práxis por copiar modelos, só que se limita a uma práxis reiterativa, imitativa, burocratizada. A pedagogia da práxis transformadora é essencialmente criadora, ousada, crítica e reflexiva.

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